segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Será que vai passar?

Dias tristes, a cada minuto que passa parece que fica pior. As fichas começaram a cair, comecei a me dar conta da dimensão da situação. São tantos rostos conhecidos, tantos sorrisos perdidos.
Ontem eu passei a tarde no CDM, não tem explicação para as cenas que eu presenciei lá. Aquelas imagens nunca sairão da minha cabeça, nunca pensei que fosse passar por isso.
Não é egoísmo quando pensamos que nunca vai acontecer, mas é muito estranho até entender que uma coisas dessas aconteceu aqui do meu lado, É MUITA GENTE!

É complicado sair na rua e só escutar o barulho das árvores, das sirenes e dos helicópteros. Ver a tristeza no olhar de cada pessoa. A cidade precisa de força, a cidade precisa de apoio. A cidade inteira está sentindo essa dor!

É horrível saber que não se pode fazer nada, que o enterro já passou, que o caixão não pode ser aberto devido ao estado do corpo. É horrível ler isso também, mas é a realidade.
Eu não pude ver o rosto lindo da minha amiga pela última vez, eu não vou poder mais ver aquele sorriso, ouvir aquela voz encantadora. Foi triste ver o desespero daquela mãe que não queria sair da frente do túmulo. Foi triste e, ao mesmo tempo linda, a nossa homenagem.
Foi linda a atitude de deixar o chaveiro da Artes Cênicas no túmulo, foi linda a oração cantada feita por um professor, foi linda a salva de palmas que deixamos a ela. E o momento mais lindo foi que no meio de um Pai Nosso eu olho pro céu e vejo uma única estrela brilhando, parecia que brilhava no meio daquela roda de colegas. Continuei rezando e olhando pra estrela! Agora sempre quando anoitecer eu vou olhar pra aquela estrela, vou olhar pra você! Continue brilhando Shai!


Além da Shai, que era a que eu estava mais próxima ultimamente, vão deixar saudades as pessoas que o contato não era mais tão forte:
Rogério, Alan, Vitória, Vinícius, Juliana.

Tenho a agradecer ao amigos da Verônica e da Marina, por terem convidado elas para um junção naquela noite. Muito obrigada Marina, por ter negado o meu convite feito pelas 15h de sábado. "Mariina, vamos na Kiss hoje? Eu ainda não fui lá esse ano."
Agradeço aos amigos, que moram longe, pela preocupação e pela força! Agradeço as pessoas daqui que lembraram direto de mim, pois muitas vezes lá é o meu lugar de trabalho! Agradeço as postagens que vi em alguns blogs!

É, eu tenho tanta coisa pra falar, tantos sentimentos. Não está sendo fácil, a sensação é de que isso só vai piorar. Força pra todos nós de Santa Maria e para as pessoas de fora que tiveram vítimas também.  









domingo, 27 de janeiro de 2013

LUTO EM SANTA MARIA!

Domingo triste em Santa Maria! Acordar as 5h com uma ligação pra saber se eu estava em casa foi muito desesperador. É muita gente conhecida, são abraços que não poderão mais ser dados. São chamadas caindo na caixa postal...Um dia sem muitas palavras, um dia de muita dor. 

LUTO



A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS


"Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.
A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.
Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, página arrancada de um mapa.
A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.
As chamas se acalmaram às 5h30 da manhã, mas a morte nunca mais será controlada.
Morri porque tenho uma filha adolescente que sempre demora a voltar para casa.
Morri porque já entrei em uma boate pensando como vou sair daqui em caso de incêndio.
Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.
Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de saída.
Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.
Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.
Morri sufocado de tanta morte. Como acordar de novo?
O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.
A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.
Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.
Mais de duzentos e cinquenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.
Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.
As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.
Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.
As palavras perderam o sentido." (Fabrício Carpinejar)

sábado, 19 de janeiro de 2013

'A Guerra dos Santos' - Estréia



Nasceu, Evoé!
Um ano de processo, de trabalho em cima das danças dos orixás, de suor, de dores e de muita dedicação!


Foi apresentado, nos dias 13 e 14 de janeiro, o espetáculo "A Guerra dos Santos". A peça é uma adaptação do romance "O Sumiço da Santa" do Jorge amado e é a formatura do querido Marcos Caye, colega e diretor que trabalho desde 2011.

O primeiro dia foi de teatro lotado, teve fila dos 'sem senha' e acabaram ficando umas 20 pessoas sem poder entrar. Mesmo com todo o nervosismo da estréia e de alguns errinhos, que nós do elenco sabemos que existiu (rs), a estréia foi boa. Com certeza temos muito o que trabalhar ainda, já que pretendemos continuar apresentando a peça.
O segundo dia também teve bastante público, dessa vez ninguém ficou de fora, mas mesmo assim as cadeiras extras foram utilizadas. Eu me senti bem mais segura e a vontade nessa apresentação. Estréia é estréia, né?

Essas foram as primeiras de muitas apresentações. Como disse antes, temos muito o que trabalhar, agora o trabalho vai tomando força e nós vamos abrindo os olhos e percebendo, junto com o público, o que funciona e o que leva o espetáculo para frente :) Sempre em frente e sempre trabalhando! Esse é só o começo da Guerra dos Santos!

Agora, algumas fotos do espetáculo!











É isso ai gente, por hoje é isso :)
Um ótimo final de semana pra vocês. Beeijo!





sábado, 12 de janeiro de 2013

Look :)

Olá gente :) Demorei, eu sei, mas estou aqui colocando o look escolhido para começar o ano. Foram só 12 dias, não foi tanto tempo assim. hehe

Para passar a meia noite com a família e depois curtir uma festinha com os amigos, eu escolhi a camisa sem manga, que ganhei no natal, um short de renda e minha sapatinha de paetês :)
Como mostrar é melhor do que falar, ai estão as fotos.









Mesmo com o temporal que caiu aqui em Santa Maria, eu aproveitei muito a primeira noite de 2013. Me diverti MUITO com os meus amigos e espero que todo o ano seja lindo desse jeito.

Esses primeiros dias estão sendo bem corridos, já estou com saudades dos dias que tive uma folga. Tenho aula até março, a universidade que eu estudo passou pela greve, então estou no meio do semestre. (Semestre bem puxado por sinal)
Estou super envolvida com o espetáculo que eu tenho que montar, está tudo a caminho, mas só vou sossegar quando estiver vendo ele todo pronto, com cenário e figurinos em minhas mãos. Não é fácil ser diretora gente. hehe
Além da minha direção eu sou atriz em outros 3 espetáculos. Um deles, " A Guerra dos Santos", estréia esse domingo (13) e tem a segunda apresentação na segunda (14). É uma adaptação do texto Sumiço da Santa do Jorge Amado. Estou super ansiosa para a estréia, passamos a semana toda ensaiando e arrumando os últimos detalhes. Essas vão ser as primeiras de muitas apresentações que virão pela frente :)
Aí estão fotos de algumas apresentações que fizemos pela cidade. Fomos mostrando fragmentos da peça durante o ano passado, só pra deixar todo mundo curioso pra saber o destino da Manela. hehe

      
                   
                            


Sinopse:
A peça “A Guerra dos Santos”, inspirada no romance "O Sumiço da Santa" de Jorge Amado, busca trazer a discussão sobre os conflitos religiosos e de identidade presentes no Brasil. Adalgisa Perez Belini, fiel serva de Jesus Cristo leva sua sobrinha, Manela, nas rédeas curtas, buscando cria-la na moral e bons costumes católicos. Entretanto Manela, já é frequentadora de religião de matriz africana, e o conflito está criado. Adalgisa é um personagem típico brasileiro, onde a miscigenação está presente na sua formação. A personagem tem descendência negra e espanhola e o conflito de identidades é o que estará em questão, pois a personagem nega e repulsa tudo aquilo que caracterizaria sua descendência negra, firmando a todo momento sua educação católica, herdada de sua madrinha espanhola e fiscalizado pelo seu padre confessor Antonio Hernandez. Iansã, divindade da religiosidade afro, se faz humana para dar uma lição em Adalgisa, e mostrar que a tolerância e o respeito devem estar presentes em cada um de nós.
A peça busca discutir com bom humor este tema situando a narrativa nas religiões do Rio Grande do Sul, mostrando que esse universo cultural não está presente somente na Bahia, mas também em todo o território nacional

Bom, por hoje é isso gente :) Eu volto para falar como foi a estréia do espetáculo e já coloco fotos exclusivas dele. haha
Beeijo e um ótimo final de semana!